Fonte: Universia Brasil
O aluno pode sim usar esse exemplo na sua argumentação, desde que não fique no senso comum
Durante um jogo do Barcelona, enquantoDaniel Alves se preparava para cobrar um escanteio, um torcedor do Villarreal, da Espanha,
atirou uma banana em campo como uma maneira de ofender o jogador
brasileiro. Em sinal de protesto, o lateral direito descascou a fruta e a
comeu ali mesmo, em pleno jogo do campeonato espanhol.
Neymar,
companheiro de time e amigo de Daniel Alves, lançou, em tom de ironia, a
hashtag “Somos todos macacos” numa rede social como sinal de apoio ao
colega e de protesto contra o preconceito racial que os jogadores negros
têm sofrido nos campeonatos de futebol ao redor do mundo. Descobriu-se, pouco depois, que essa era uma ação publicitária do atacante brasileiro e da agência Loducca, que se aproveitaram da atitude do jogador do Barcelona para lançar a campanha.
Ação
de marketing ou não, “Somos todos macacos” foi um dos assuntos mais
comentados no primeiro semestre deste ano, tendo inclusive o apoio de
muitas personalidades, que postaram fotos
comendo bananas. Além disso, instalou-se um severo debate quanto à
questão do racismo no esporte, afinal a campanha não apenas teve
diferentes interpretações, como este tópico é discutido no Brasil há
muito tempo.
Tendo
em vista a repercussão destes fatos, o racismo pode ser um dos temas da
redação do Enem, segundo a professora Andrea Lanzara do Cursinho da
Poli, de São Paulo. E o aluno pode sim usar esse exemplo na sua
argumentação, mas a professora alerta: “ele tem que se desviar do senso
comum. Ele não pode ficar só em cima dessa questão do ‘somos todos
macacos’. O aluno tem que aprofundar suas reflexões, falando também
sobre o passado e sobre como está no presente”, explica. Portanto, seria
um equívoco usar a hashtag como o argumento central da sua tese. O que
você pode fazer é usá-la como pontapé inicial para discutir o racismo.
Entretanto,
sabendo que o Enem anula todas as redações que desrespeitem os direitos
humanos e que existem várias interpretações quanto ao “somos todos
macacos”, será que vale a pena mesmo usar esse exemplo? Para a
professora, tudo depende de como o estudante argumentar. “Tentar
defender a escravidão a partir disso é impossível”, exemplifica Andrea.
A
melhor maneira de contextualizar esse exemplo é “pensar essa questão
racial pela história e pela sociologia”, explica a professora Andrea.
Por isso, antes de citar essa campanha na sua redação, tenha certeza que
você consegue inseri-lo num plano de fundo histórico ou sociológico
para que sua discussão não fique superficial.
FONTE: http://noticias.universia.com.br/
0 comentários:
Postar um comentário