02.05.2014 | Postagem: Paulo Sérgio |
Entre discursos afinados e escolha criteriosa de nomes, partidos se preparam para a guerra política
Com reunião decisiva para a instalação da CPI da Petrobras marcada para a próxima terça-feira, a base aliada e a oposição no Congresso já articulam estratégias para lidar com as repercussões do caso junto ao eleitorado. Entre discursos políticos afinados e escolha criteriosa de indicados para o grupo, envolvidos no embate já elencam armas para “sair por cima” da queda de braço - que promete balançar o cenário político de 2014.
Na oposição, a estratégia mais clara é usar a CPI para colocar no governo Dilma Rousseff (PT) a pecha de aparelhamento da Petrobras, bem como de conivência com corrupção na empresa. Aliados da presidente, por outro lado, apostam no resgate histórico de privatizações do governo do PSDB e na tese de que opositores buscam enfraquecer a Petrobras, com o objetivo de vender a empresa.
“A Petrobras que eles estão criticando e falando mal,que o FHC tentou privatizar, hoje é a grande empresa do País que eles querem tentar destruir para privatizar depois”, disse ontem o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. O discurso foi questionado pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Em nota, o tucano acusa a gestão petista de transformar a empresa em “balcão de negócios”.
Outra arma à disposição da oposição é a tentativa de fazer uma CPI mista, envolvendo deputados e senadores. A proposta, que daria mais peso político ao caso e tiraria investigações do ambiente mais “controlável” do Senado, é rejeitada pelo PT.
Após decisão liminar da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, determinando instalação de CPI exclusiva para a Petrobras, bancadas dos partidos no Senado se reunirão na próxima terça-feira para oficializar o processo. Entre outros pontos, o grupo investigará denúncias durante compra de refinaria em Pasadena, nos EUA.
Indicações
O perfil
dos indicados para a CPI mostra como os partidos deverão se movimentar
nas investigações. De olho no desgaste de Dilma, o PSDB indicou Mário
Couto (PA) e Álvaro Dias (PR), os dois famosos por integrarem “linha de
frente” em escândalos.Já o PT escalou nomes disciplinados e fiéis ao partido, como Humberto Costa (PE), Aníbal Diniz (AC) e José Pimentel (CE), que já assumiu a relatoria de diversos projetos polêmicos, como a reforma da Previdência.
Fonte: O Povo
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