segunda-feira, 5 de maio de 2014

Suspeito de ligação com morte de torcedor no Recife é levado ao DHPP



  05.05.2014 | Postagem: Paulo Sérgio |

Disque-Denúncia confirmou que recebeu informações e acionou a PM.
Paulo Ricardo Gomes da Silva morreu ao ser atingido por vaso sanitário.


Suspeito de envolvimento com morte de torcedor no Recife é levado ao DHPP (Foto: Débora Soares / G1)Suspeito de envolvimento com morte de torcedor no Recife é levado ao DHPP (Foto: Débora Soares / G1)
Um homem de 23 anos, que seria suspeito de ter atirado o vaso sanitário que matou o torcedor do Sport Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos, foi levado para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no começo da tarde desta segunda-feira (05).
A Polícia Militar informou que chegou até ele através de informações recebidas pelo Disque-Denúncia, que confirmou ter acionado a corporação para efetuar a captura. Um homem que se identificou como advogado do rapaz chegou à delegacia, mas não conversou com os jornalistas. O pai, a irmã e um tio do jovem também estão no local, mas tampouco falaram com a imprensa.
Informações extraoficiais dão conta de que o suspeito foi preso em Ouro Preto, bairro de Olinda, e teria confirmado a participação dele e de mais dois outros homens no crime. No celular dele teriam sido encontradas mensagens sobre a morte de Paulo Ricardo.
A delegada Gleide Ângelo, titular da investigação, ainda não informou as circunstâncias em que ocorreu a captura nem disse se vai conversar com a imprensa ainda nesta tarde para repassar esses detalhes.
Velório e enterro
Paulo Ricardo foi assassinado na noite de sexta-feira (02), ao ser ser atingido por um vaso sanitário atirado do estádio do Arruda, após o jogo entre Santa Cruz e Paraná. O corpo dele foi enterrado no domingo (04), após velório na capela do Cemitério de Santo Amaro. Muita emoção marcou toda a cerimônia, que reuniu centenas de pessoas. Durante o velório, os pais do rapaz passaram mal e precisaram ser retirados do local.
Ainda durante o velório, os parentes cobraram ação rápida da Justiça. O padrasto Maurício Oliveira afirma que a família pensa em cobrar judicialmente a responsabilidade do Santa Cruz. "A gente tem de pedir justiça. O presidente do Santa não pode dizer que não tinha ninguém no estádio. Como é que não tinha, se caíram dois vasos? O cara ser presidente de um clube e dizer um negócio desses?", disse.
Oliveira se referia à declaração de Antônio Luiz Neto, dirigente do clube pernambucano, que eximiu o time de qualquer responsabilidade sobre a agressão. "O fato é que o jogo já havia sido encerrado, as luzes do estádio haviam sido apagadas, os portões fechados, a polícia havia feito a evacuação dos torcedores, mas mesmo assim os vândalos cometeram esse fato. Nós lamentamos muito", disse Luiz Neto, no sábado (3).
O pai de Paulo Ricardo, José Paulo Gomes da Silva, fez um apelo às autoridades. "Acabaram com duas famílias, a minha e a da mãe dele. Minha mãe, de 83 anos, está se acabando. Isso foi um crime, não uma briga. Se não resolverem logo isso, daqui uma semana vão jogar outro vaso e matar outra pessoa", lamenta.
Ameaças a dirigente
O diretor de segurança do Santa Cruz, coronel Flávio Bione, informou que entregou à Polícia Civil as imagens de 16 câmeras de segurança interna do estádio do Arruda. O material foi repassado à delegada Gleide Ângelo.
Antes mesmo de entregá-las, Bione disse que já estava sendo ameaçado de morte. "Venho recebendo ligações anônimas e isso se tornou constante após a divulgação de que tínhamos as imagens. A ideia deles era que eu não ajudasse a polícia. Mas antes de ser diretor de segurança, sou um coronel da polícia. Não estou preocupado com isso e tenho certeza de que sei que me defender", comentou, em entrevista ao GloboEsporte.com.

Entenda o caso
Paulo Ricardo Silva morreu após ser atingido por um vaso sanitário arremessado do Estádio do Arruda, na Zona Norte do Recife. Na saída do jogo entre Paraná e Santa Cruz, pela Série B do Brasileirão, na sexta-feira (2), imagens gravadas na área externa do estádio mostram o momento exato em que os objetos foram lançados.
Nas imagens das câmeras de segurança, ainda é possível ver os torcedores do Paraná sendo escoltados por policiais montados em cavalos. Os objetos foram arremessados de uma altura de 24 metros, de acordo com o Instituto de Criminalística (IC). O professor de física Beralto Neto avaliou a altura e calculou que o vaso chegou ao chão com um peso de 350 kg.
Após o acidente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu suspender preventivamente a realização de jogos no Arruda. De acordo com nota publicada no site da entidade, o estádio ficará fechado até análise do STJD. O presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, afirmou que a segurança durante o jogo havia sido feita com toda prudência e que o clube também seria vítima.
No sábado, a polícia ouviu um menor de idade que postou mensagens em uma rede social comemorando a morte do torcedor. Ele, que faria parte de uma torcida organizada do Santa Cruz, prestou depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi liberado em seguida.
Feridos
Outros três torcedores ficaram feridos devido à queda dos vasos sanitários. Um jovem de 21 anos foi operado no Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Recife, e teve alta na manhã desta segunda. A segunda vítima recebeu alta no sábado. Não há informações sobre o estado de saúde do terceiro ferido.
Casos antigos
As depredações nos banheiros nos estádios de Pernambuco têm sido uma prática constante dos vândalos. Em março deste ano, membros de uma torcida uniformizada do Santa Cruz quebraram banheiros da Ilha do Retiro após um clássico entre Sport e Santa. Na ocasião, a direção rubro-negra cobrou da  Federação Pernambucana de Futebol (FPF) os custos da depredação.

Fonte: G1
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