segunda-feira, 09 novembro 2015
O estudo
"Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres", divulgado nesta
segunda-feira (9), mostra que 50,3% das mortes violentas de mulheres no Brasil
são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros.
Ainda de acordo
com a pesquisa, em 2013, a taxa do Ceará atingiu a marca de 6,2 a cada 100 mil
mulheres colocando o estado em oitavo lugar na lista por unidades da federação,
o terceiro no Nordeste ficando atrás apenas de Alagoas (8,6) e Paraíba (6,4).
Entre 1980 e
2013 foram assassinadas 106.093 mulheres, 4.762 só em 2013. O país tem uma taxa
de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo, conforme
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que avaliaram um grupo de 83
países.
O estudo é de
autoria do sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, radicado no Brasil, e
analisa dados oficiais nacionais, estaduais e municipais sobre óbitos femininos
no Brasil entre 1980 e 2013, passando ainda por registros de atendimentos
médicos.
Entre 2003 e
2013, o número de homicídios de mulheres passou de 3.937 para 4.762, aumento de
21% no período. As 4.762 mortes em 2013, último ano do estudo, representam uma
média de 13 mulheres assassinadas por dia.
Na análise por
estados, Roraima viu sua taxa mais que quadruplicar (343,9%). Na Paraíba, subiu
229,2%. Entre 2006, ano da promulgação da lei Maria da Penha e 2013, apenas
Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro registraram
quedas nas taxas de homicídios de mulheres.
Mulheres negras
Enquanto o
número de homicídio de mulheres brancas caiu 9,8% entre 2003 e 2013 (de 1.747
para 1.576), os casos envolvendo mulheres negras cresceram 54,2% no mesmo
período, passando de 1.864 para 2.875.
Pequenos
municípios
Os maiores
índices de homicídios de mulheres são registrados nos pequenos municípios, e
não nas capitais. A cidade Barcelos (AM), com uma população feminina média de
11.958, registrou 45,2 homicídios por dez mil mulheres e é o primeiro da lista.
Depois, vem
Alexânia (G), com uma população feminina média de 11.947, que teve 25,1% mortes
de mulheres por dez mil mulheres. Sooretama (ES), com população feminina média
de 11.920, teve taxa de 21,8% e aparece em terceiro na lista.
Nenhuma capital
aparece no ranking das 100 cidades com maiores taxas. A primeira capital na
lista é Maceió (Alagoas), em 126º lugar, que registrou uma taxa de 9,8%
homicídios de mulheres por 100 mil.
Fonte: G1Ce
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