“Dentro
da Polícia Militar do Ceará tem sim um grupo de extermínio, e aqui
nesta tribuna eu já denunciei que ele existe e tem um chefe. É o major
Henrique, que foi da Coin e hoje ainda trabalha na Inteligência”.
A
declaração partiu, na manhã desta terça-feira (17), do deputado
estadual Capitão Wagner (PR), ao se pronunciar perante os demais
parlamentares, em resposta às suspeitas do envolvimento de colegas de
farda em crimes de execução sumária em Fortaleza. Ele se referia aos
comentários acerca da chacina que deixou 11 mortos, na semana passada,
em Messejana.
Além
de citar o nome do oficial, o deputado disse ainda que já havia feito
esta revelação ao ex-corregedor de disciplina e ex-secretário da
Segurança Pública do Ceará, delegado federal Servilho de Paiva, e este
não “teve a coragem” de mandar investigar a denúncia. Ainda de acordo
com o deputado, o major Henrique foi o chefe da Coordenadoria de
Inteligência (Coin) da SSPDS e, ainda hoje, atua no setor de
investigações internas do Comando da PM.
Wagner
desafiou, ainda, o governador do estado, Camilo Santana (PT), a mandar
investigar sua denúncia. “Se ele tiver coragem”, alfinetou.
Em
seu relato, o deputado disse que foi convidado por um policial militar
da Coin a ir até a residente deste e lá, pode ouvir, através de um
computador, gravações de ligações telefônicas entre ele e seus
familiares (citou a mãe e a esposa), além de sua assessoria. Portanto,
conforme o deputado, seu telefone pessoal estava sendo “grampeado” pela
Coin.
A
atitude do parlamentar seria uma resposta a uma postagem feita no
facebook pelo ex-governador do estado, Ciro Gomes, quando este fez
insinuações de que os recentes assassinatos e chacinas em Fortaleza
seriam obra de uma milícia que existe dentro da Polícia Militar.
Durante
toda a campanha eleitoral no ano passado, Ciro Gomes bateu
insistentemente na tecla de que uma “milícia fardada” existia dentro da
PM e acusou, em várias ocasiões, o então candidato a deputado Capitão
Wagner, como o chefe do bando criminoso.
Wagner
voltou a pedir ao governo que requisite a mobilização da tropa da Força
Nacional de Segurança (FNS) para vir ao Ceará auxiliar as autoridades
locais no combate ao crime, diante da onda de violência que se instalou
principalmente em Fortaleza, com mortes de policiais, chacinas, ataques a
unidades da Segurança Pública, e ameaças de morte a PMs através das
redes sociais.
Fonte: Cearanews7
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