sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

'Só médico não basta, precisa haver infraestrutura', diz médica cubana



07/02/2014 06h00. Postagem: Paulo Sérgio

A médica cubana Ramona Matos Rodriguez mostra
documento na casa do deputado Alberto Lupion,
onde está hospedada (Nathalia Passarinho/G1)
A médica cubana Ramona Matos Rodriguez mostra documento na casa do deputado Alberto Lupion, onde está hospedada (Foto: Nathalia Passarinho/G1) Para a médica cubana Ramona Rodriguez, o Mais Médicos não resolve o problema da saúde pública do país, pois falta estrutura nos hospitais e postos de saúde para onde os profissionais estrangeiros foram enviados. A médica, que deixou o programa no último sábado (1º) disse que Pacajá (PA), para onde foi enviada, não tinha instrumentos e os remédios necessários para atender a população de forma adequada.
"É preciso medicação, instrumentos. Isso faltava, o que dificultava muito o nosso trabalho", afirmou ao G1 nesta quinta-feira (6).
Ramona Matos Rodriguez abandonou o programa Mais Médicos ao perceber que os profissionais de outros países recebiam salário de R$ 10 mil, enquanto a remuneração dos cubanos era de US$ 400. Outros US$ 600 eram depositados em contas de Cuba para serem entregues aos médicos somente após o término do contrato.

Ela criticou o formato do programa. "Acho que Brasil precisa de mais médicos, mas só isso não basta. Tem que ter infraestrutura que permita ao profissional da saúde fazer o atendimento. Não é só com a palavra, com as mãos, que se pode curar o outro", disse.

A médica disse que decidiu abandonar o programa por se sentir "enganada". Em entrevista à imprensa, disse que só pôde ler o contrato e saber do salário alguns dias antes de embarcar. Em Cuba, porém, o governo cubano já havia divulgado a intenção do Brasil de contratar médicos estrangeiros desde novembro de 2012.  No Brasil, o governo brasileiro lançou oficialmente o programa em setembro.
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